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Franz Orsi

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Franz Orsi

“O SUP para mim é liberdade e conexão total com a natureza. Saber que posso pegar numa prancha e remar até onde eu quiser, é um feeling fantástico”

Quem é Franz Orsi

Franz Orsi, nasceu em Itália na cidade de Alexandria, mas foi Lisboa que decidiu escolher como porto de abrigo, juntamente com a sua família. Arquitecto de formação, fotógrafo por convicção e aventureiro por paixão.

Franz é desde 2016 head coach SUP na Federação Portuguesa de Surf, naturalmente um apaixonado pela água e praticante de longa data de windsurf, surf e Stand Up Paddle. Foi atleta profissional de windsurf e gosta de fazer algumas provas de Sup Race e Paddle Surf.
Um homem alto, ruivo, sardento de cabelo encaracolado, descontraído e sempre bem disposto, com um sorriso quase sempre contagiante, assim é o Franz.

Itália tem tradição em criar grandes atletas de windsurf e kite, muito por causa das condições e pela herança de viajar e descobrir novos lugares. Alexandria é uma cidade do norte de Itália e ainda assim afastada do mar.

Como é que nasceu esta paixão pela água e pelo mar?

Franz: A paixão pelo mar de facto é estranha considerando que nasci numa cidade do interior. Foram os meus pais que praticavam – e que praticam ainda hoje – o windsurf, que me passaram esta grande paixão pelo mar: injecções de águas salgadas, como gostavam de dizer eles – ou seja muitos fins de semana a procura de vento e ondas desde pequeno.

Fotografia e Arquitectura complementam-se em si mesmas, mas no entanto é na lente da câmara fotográfica que estamos habituados aos maiores trabalhos do Franz, e que por sinal são um dos motivos que te levam a viajar em grandes aventuras. Sentes-te um homem das artes? Ainda te recordas das primeiras fotografias que tiraste e a tua primeira máquina fotográfica? Quando é que sentiste esta convicção em pegar na máquina, olhar para ela e perceber que esta, seria o teu passaporte para partir à descoberta?

Franz: A primeira abordagem com a fotografia foi no primeiro ano do curso de Arquitectura. Junto com uns amigos comecei a passar o tempo todo em que não estava nas aulas em Génova a viajar de vespa e a fotografar estas primeiras aventuras urbanas.

Era um pouco de tudo: uma fábrica abandonada, um depósito de contentores, umas noites de tenda nos campos nos arredores da cidade. Lembro-me que usei desde o princípio uma mítica Nikon FM2 que encontrei em casa. Após a licenciatura, durante os meus anos de windsurf profissional, continuei a levar a câmara sempre comigo em todas as provas documentando assim o desporto, as viagens, a vida minha e dos meus colegas de windsurf, as festas, etc.

Mais tarde quando a minha paixão pelo SUP se desenvolveu, comecei a olhar para a fotografia como o medium perfeito para olhar para o mundo através do SUP. O SUP realmente parecia-me abrir as portas para a exploração. Não havia lugar onde o SUP não pudesse chegar. E o contacto com a natureza era do mais directo possível. Assim rapidamente começaram as primeiras experiências de viagem de SUP, com uma prancha, uma mochila, uma tenda e pouco mais. Estas mini-aventuras desenvolveram-se até se tornarem cada vez mais elaboradas, e chegarem a ser verdadeiras viagens de exploração com o SUP.

Islândia, Moçambique, Nepal, Micronesia, Brasil, Sri Lanka, Japão, México, Etiópia, Angola, até uma viagem de comboio através da maioria dos países europeus, um world trip com as pranchas de SUP insufláveis: estas foram algumas das aventuras que o SUP me proporcionou. Algumas destas viagens foram feitas com o meu grande amigo e aventureiro do SUP Bart de Zwart, de Maui, outras com a minha namorada portuguesa – Vania – que entretanto se transformou em mulher e mãe da minha filha.

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“É mostrando a própria vulnerabilidade que se criam laços autênticos.

Tanto quanto sabemos, continuas ligado à Starboard como embaixador da marca, fotógrafo e test-rider de alguns dos produtos.
A arquitectura continua a ser a tua área de formação. Finalizaste os estudos na Faculdade de Arquitectura de Lisboa e ainda fizeste Mestrado em Lisboa. Sentes vontade de trabalhar na área ou a fotografia acaba por te exigir uma grande parte do tempo, acabando por ficar em segundo plano?

Franz: Trabalho em muitas áreas ao mesmo tempo na verdade.

Junto com a Vania, dedico-me a arquitectura: desenhamos casas aqui em Portugal. Ao mesmo tempo trabalho com a Starboard como fotógrafo, com projecto de travel stories e desenvolvendo produtos que chegam depois ao mercado com o brand Starboard.

Ainda trabalho com outras marcas que me conhecem onde a relação se desenvolveu, a partir de um normal patrocínio para se tornar uma relação de trabalho a 360 graus onde os meus serviços são usados para desenvolver media projects, campanhas de content marketing com fotografias e vídeos criados ad hoc para a marca.

Nasceste em Itália há 39 anos, no entanto decidiste viver em Portugal. Sabemos que a tua mulher é portuguesa e um dos principais motivos que te levaram a fazer as malas e rumar ao nosso país. Entretanto foram pais muito recentemente, que é algo que certamente te deixa ainda mais radiante, porque agora além da tua cara metade, também tens uma herdeira portuguesa. Já te consideras mais português do que italiano? Aliás, até já tens uma selfie com o presidente Marcelo! O que te cativa mais em Portugal? (para além dos portugueses…)

Franz: Portugal deu muito à minha vida. Aqui entrei em contacto com o oceano e comecei a praticar o SUP à séria, comecei realizar os sonhos que tinha relativos ao SUP, à fotografia, conheci a minha mulher, etc.

Portugal é um pais que torna fáceis coisas que em outros lugares seriam muito difíceis. É um país com uma qualidade de vida muito elevada, abençoado pelas beleza da natureza, tem o tamanho certo (não muito grande nem demasiado pequeno), tem muito a oferecer! E sim, as pessoas são das melhores que eu já conheci.

Com isso tudo, obviamente será sempre muito difícil para mim deixar Portugal.

Ainda tens espaço no teu passaporte para mais alguns carimbos? A verdade é que já correste os 5 continentes sempre com as pranchas na mão, sejam elas de windsurf, surf ou paddle, embora este último seja o mais marcante de todos.

O que é que te motiva mais quando te preparas para mais um viagem? A viagem em si, o propósito da viagem ou o facto de saber que vais poder remar em águas virgens, que ainda ninguém percorreu?

Franz: O SUP para mim é a desculpa para conhecer lugares novos, mais ou menos virgens. O que mais me motiva em cada viagem é conhecer pessoas e realidades fora do meu dia a dia. Conhecer culturas distantes da minha é a maior satisfação que as viagens me dão.

Depois poder fazer isso com o SUP é ainda melhor. Sim, porque chegar a uma aldeia de pescadores em cima de uma prancha de SUP faz com que logo aí toda a experiencia seja diferente. É mostrando a própria vulnerabilidade que se criam laços autênticos.

A Islândia foi uma viagem que teve em ti um sentimento especial, para além do trabalho de catálogo para a starboard?

Franz: Sim, a Islândia foi uma viagem muito boa. Foi a primeira em vez que consegui levar comigo alguns amigos que praticam outras modalidade e juntar tudo num media project completo com surf, SUP, kite – só nos faltou o esqui… ainda vou fazer isto, um projecto de exploração com SUP e esqui juntos!

Continuando no tema das viagens e aventuras, há uma muito especial, pelo menos na nossa opinião, entre muitas das que fizeste na companhia do Bart de Zwart, o Sup World Trip e se bem recordo, foi uma viagem planeada ao detalhe e patrocinada pela starboard. Culturas e costumes muito diferentes, grandes contrastes, mas principalmente uma situação que vos deixou certamente inquietos logo no início desta expedição em Kathmandu no Nepal, com um terramoto de magnitude 7,8 que devastou uma grande parte da capital, entre muitas vitimas e estragos. Qual é a sensação ao viver uma situação destas e quais os momentos mais emocionantes desta experiência?

Franz: O Sup World Trip com o Bart de Zwart foi uma viagem simplesmente incrível.

Em 28 dias viajamos pelo globo inteiro conhecendo culturas que de uma maneira ou de outra, estavam intrinsecamente ligadas à água. De passagem no Nepal para efetuar a descida em rio cujas águas vem directamente do Himalaya, encontrámo-nos no meio de uma das maiores catástrofes causadas por terramotos dos últimos anos. Foi uma experiência devastadora.

Ficamos felizes de termos sobrevivido mas ao mesmo tempo ficamos muito tristes pelas pessoas que morreram ou que perderam tudo. A nossas testemunha em primeira mão, nos sites de SUP e na revista da Red Bull, serviu um pouco para sensibilizar o mundo ocidental acerca da grande tragédia que tínhamos visto com os nossos olhos.

2015 foi um ano bastante marcante e ao mesmo tempo muito especial para ti Orsi. Foi uma compilação de viagens e grandes sensações. Consegues fazer um resumo destes 365 dias?

Franz: Sim visitei num só ano Brasil, Japão, Micronésia, Nepal, Etiopia, Turquia, Mexico e USA. Por contraste, nestes últimos dois anos por causa da pandemia fiquei quase o tempo todo em Portugal.

Pegando no tema do passaporte, muito se tem falado em “carimbar” cidades, que pela sua geografia permitem pegar na prancha e cruzar rio a dentro. Na Europa e até Portugal, têm muitas cidades e até capitais importantes, onde rios conhecidos cruzam o centro destas cidades, como o caso de Lisboa, Paris, Porto, Veneza, Roma, Amesterdão, Bilbao, e tantas outras. Muitas destas já foram carimbadas por ti, Franz. Como é que descreves estas experiências? Foste pioneiro nalgumas delas?

Franz: Chamo a estas viagens “SUP getaways”.

Acho sempre muito giro chegar a uma cidade e descobri-la através do SUP. A experiência é totalmente diferente assim. Não sei se foi pioneiro ou não em algumas destas cidades com o SUP, mas a experiência foi sempre brutal.

Destaco por obvias razões Veneza, cidade pensada para andar pela água e não pelas ruas.

O Stand Up Paddle permite-nos chegar onde muitas vezes, não imaginávamos sequer sonhar em ir. Ainda sonhas com alguns desses lugares? Quais eram os 3 locais que te convenciam fazer as malas e partir amanhã?

Franz: Sim é mesmo isso: o SUP permite-nos chegar onde muitas vezes não imaginávamos nem sequer sonhar em ir.
Partia já amanhã para: as Ilhas Lofoten no Norte da Noruega, Papua-New Guinee e Madagáscar.

Em termos de competição, assumiste o papel de SUP head coach na Federação Portuguesa de surf. Os resultados têm surgido e conseguiste reunir um “dream team” que tem trazido resultados para Portugal. A Mia Soares por exemplo, é um dos exemplos do potencial mais jovem que temos vindo a trabalhar na área da competição. Sentes que também aqui, Portugal tem um lugar de destaque? Muitos são os clubes que têm visto no Stand Up Paddle uma forma de atrair e criar novos atletas.

Franz: O SUP em Portugal está a chegar a um ponto de viragem. Está a nascer uma nova geração. Há clubes na Madeira assim como no Continente que trabalham com atletas desde muito novos. Isto vai dar nova vida à nossa modalidade. É muito bom trabalhar com eles e ver nascer esta nova geração da SUPistas. Agora é o momento para lhes darmos todo o nosso apoio.

Para finalizar, o que representa o Stand Up Paddle para ti?

Franz: O SUP para mim é total liberdade e conexão total com a natureza. Saber que posso pegar numa prancha e remar até onde eu quiser é um feeeling fantástico.

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Perfil do Autor

Rui Magalhães

Rui é um criativo empresário e consultor. Trabalhou em marketing e vendas ligado ao mundo do surf durante vários anos, e mais recentemente em eventos e actividades turísticas no mundo do SUP. É o fundador e director geral do Portugal By SUP.

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